quinta-feira, 11 de março de 2021

Álvaro Lapa





NOVA DESORDEM PERMANENTE | Álvaro Lapa marcou presença na pintura, mas também rodeou a literatura e a filosofia. 

Esta desenvoltura está bem patente na pintura reflexiva que desenvolveu. Lapa não revelou nunca grande agrado por classificações rotulares. Podemos de facto não encontrar como classificar o que pintou e escreveu. E se a rotulagem não preocupou o artista, que razões temos para estarmos preocupados? Encontramos na pintura de Lapa a extrema vontade do apelo a contrários. Aos contrastes na forma, na cor e na própria intenção. Rupturas. A desordem é permanente. A necessidade de organizar esse caos não é tabaco do seu cachimbo. Estilos e escolas estão na interpretação de cada um. Mas o que vemos é muito. O que nos é dado a olhar é motivo de espanto e interrogação. Pelo menos é o que eu sinto quando olho aquelas telas e tábuas. E não lhe peço mais nada. A obra de Álvaro Lapa não traz no seu bornal a apologia da pintura. Também não é anti-pintura. É outra coisa, ainda mais fora. É brutal.
 
As imagens fiz eu na visita à sua exposição em Serralves, em Abril de 2018.
Mas existe mais material por aí. Podemos sempre ir ao museu Gulbenkian, por exemplo: Museu Calouste Gulbenkian