sábado, 9 de janeiro de 2021

Debater o impossível


Era suposto haver debate. Mas as campanhas eleitorais já não são o que eram. Debate-se no vazio, dizem. Só interessa o que pode incomodar o outro: passados com laivos de suposta crueldade, negócios pouco claros, motivações escuras.

A entrada na corrida de um energúmeno sem ideologia nem nada que se lhe aparente veio baixar substancialmente o nível das participações. Confesso que não consigo assistir a debates onde as circunstâncias que os moderam ficam alteradas pela boçalidade e má criação. Espreitei um ou dois momentos da venturosa exaltação do fascista de serviço e mudei imediatamente de rumo. Marcelo parece que foi exemplar no tratamento que deu à execrável criatura, dizem-me amigos. Contudo, não concordo com quem diz que não se debate nada por ali. Excluindo o fascista e o tonto de Rans, os debates entre os outros candidatos atingem níveis de boa argumentação democrática. A democracia funciona dentro dos parâmetros de um saudável conflito de ideias. Os candidatos têm propostas. Debatem-nas porque as têm. Voto sempre à esquerda e espero que os resultados me façam brindar a um futuro com esperança na política, na cultura e na inteligência dos seus praticantes. Os fascistas e os tontos que se lixem.

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