domingo, 29 de novembro de 2020

Encontros imediatos


É fácil estarmos de acordo com um adiamento do congresso do PCP. Olhando para o panorama em redor ficamos certos de que essa seria uma solução que agradaria a uma maioria que exprime opinião na imprensa e discute o presente e o futuro do mundo nos cafés e esplanadas deste mundo esclarecido e assertivo. Percebo até que socialmente o partido poderia ficar melhor no retrato. Mas politicamente a coisa pia mais fino.

A Festa do Avante é outro assunto: não se festeja com tanta cautela. Não há festa sem abraços e proximidade física. Mas acontece que há vida para além da pandemia. O primeiro-ministro tem razão quando invoca a lei que permite a associação política. E o PCP, meus senhores e minhas senhoras, está muito habituado a resistir. É o único partido em actividade que resistiu com organização e acção ao fascismo. Sempre actuou com toda a segurança. Os membros clandestinos resistiam às investidas da PIDE com eficácia. A organização sobrepunha-se à repressão. Ora, é difícil pedir a uma geração de dirigentes que resistiram e incomodaram o regime fascista, que se recolha com medo de ameaças. Note-se: o PCP não é negacionista da pandemia como os manifestantes anti-máscara da extrema-direita e dos negócios. O congresso decorreu com as normas de segurança mais do que cumpridas. É a vida. A vida política. E é esta a minha opinião.

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