domingo, 24 de maio de 2020

Música para aeroportos


A interrupção de actividades e a vontade de combater o vírus ameaçador ditaram normas. Foi preciso ficar longe de contaminações num tempo em que a propagação foi agressiva e impiedosa.

Passado esse período, foi preciso ditar regras para o regresso à normalização. Ora, parece que falta aqui uma pitada de razoabilidade. Uma coisa é não nos esquecermos que a economia dita regras, outra é não nos lembrarmos de mais nada. Parece que foi isso que agora aconteceu. Os aviões podem cruzar os ares carregados de gente, mas as salas de espectáculos só podem funcionar se for garantido que estão às moscas. Está cientificamente provado que quem frequenta as salas é mais sensível aos vírus? E, por outro lado, onde estão os estudos que garantem a reduzida possibilidade de contaminação nos aviões? Porque razão nos temos sempre de agachar perante o lobby mais poderoso? Aqui não conta a defesa da saúde pública? É o fartar vilanagem?
As salas precisam de ter gente em interacção com músicos, actores, bailarinos. Quem frequenta lugares de fruição cultural precisa de um regresso com medidas de protecção que não anulem o espectáculo. Aplausos, precisam-se.
Nada contra as normas que nos protegem, mas a razoabilidade, senhores, porque a esqueceis?

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