UM UMBIGO DESFIGURADO | São os maiores. Eles é que sabem. Encostam o taxi que circula naquelas meninges destorcidas e vão para a esplanada tecer as leis que deveriam dominar o mundo. Sabem o que fazer com a sexualidade dos outros, soltam opiniões sobre as geografias onde nasceram, ameaçam quem ousa pensar diferente. Sabem perfeitamente que Lula é corrupto e que Bolsonaro é um salvador. Ficam baralhados com a libertação de Lula. Aplaudem a boçalidade de Bolsonaro. Trump foi escolhido por um deus que habita na parte mais justiceira das suas pequerruchas cabeças. Desprezam a cultura. Desprezam o conhecimento que vai além da sua reduzida curiosidade intelectual. Começam a ser muitos. Agora, no país que responde por Portugal, elegeram deputados pela primeira vez. Lançam as garras. Gostam de se ouvir nas redes sociais. As cinzentas estações televisivas entrevistam energúmenos como se fossem pessoas normais. Mentem como se a verdade fosse um divertimento. Tudo é um divertimento para as televisões dos cifrões. Até dá para entrevistas a nazis condenados agora apresentados como extremosos "chefes de família". Um grupo de televisão que elegeu um escroque de extrema-direita palavroso para o Parlamento vai ser o maior grupo de comunicação. O jornal de direita que um grupo de bem intencionados direitolas de serviço inventaram vai parecer um aliado das formações progressistas. Isto está perigoso. Eles só vêem o seu umbigo. Mas o umbigo deles é o que for preciso. Pode não ser preciso ser fascista. Há quem diga que o fascismo nunca aconteceu aqui, nem no Brasil, nem em Espanha. Só mesmo em Itália. Ficamos sem jeito. Então chamamos a estes vermes o quê? Simplesmente filhos da puta? Pode ser, vamos nessa.
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