segunda-feira, 10 de junho de 2019

TRETAS DA PORTUGALIDADE | Eu podia dizer umas coisas sobre as coisas que disse o Tavares das tretas, mas a Isabel Faria escreveu isto e eu calo-me e aplaudo o que ela diz. O tretas disse mais do mesmo. O costume.
Pronto, fui ler o discurso do Tavares. Ok, confesso, saltei umas coisas, mas li um bocado grande. Suficientemente grande para ter confirmado o que já calculava e que se resume em duas ou três respostas:
Não, não lutámos pela liberdade em 1974. Lutámos pela liberdade durante 48 anos. Nós. Eles não. Aliás, lutámos contra eles.
Não, não lutámos pela democracia em 1975. Lutámos para não perder a batalha da liberdade e da justiça social, da habitação, saúde e educação, como cantávamos com o Sérgio. Nós, enquanto eles conspiravam para matar a democracia. E eles venceram. E nós fomos derrotados. E a derrota só não foi completa e irreversível porque muitos de nós resistimos. Nós, enquanto eles nos perseguiam, cansavam, atacavam, isolavam e maltratavam de fome, de desemprego, de solidão e de desencanto.
Não, não lutámos pela UE nem pelo Euro. Eles impuseram-nos uma e outro sem sequer nos perguntarem se queríamos ambos. Ou apenas um. Ou nenhum.
A divisão que o Tavares faz, entre nós e eles, existe sim.
Mas ele é um deles. E eu não.
A divisão não é entre políticos malvados e povo coitadinho. A divisão é entre quem está dum lado e de outro da liberdade, da democracia, da justiça social. E da vida.
Apenas uma nota final: há na análise que faço algum preconceito? Sinceramente acho que não se chama assim. Chama-se barricada, para usar um termo que o Tavares deve achar demodé. Mas eu não.
Um discurso reaccionário e populista, como lhe chamei ali em baixo. Reitero. Isabel Faria 
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