NÃO HÁ MILAGRES, ESTÚPIDOS | Três alegrias em um dia apenas. É obra. Mas vamos lá dissecar isto. Uma alegria foi para quem acredita em milagres. A segunda para quem acredita que a bola é redonda mas que às vezes roda mais para o nosso lado. A terceira para quem gosta de música de bater palmas e trautear lá-lá-lá. Será?
As duas primeiras alegrias que trago à prelecção são o que são e assim vão continuar a ser. A terceira não é bem assim. O grande valor de Salvador não é o ter conseguido convencer o mundo de quem vê e ouve o eurofestival que a sua canção era a melhor. Ele é muito mais do que isso. "A música é para sentir", disse. E disse tantas outras coisas inteligentes que provavelmente os entusiastas de eurofestivais não perceberam nem um bocadinho o que ali está.
É que, agora a sério, não há milagres. Fátima e os pastorinhos santinhos são uma empresa de sucesso e o sucesso dá muito trabalho. O Benfica não é campeão só porque os jogadores se benzem ao entrarem no relvado. Se assim fosse até os deuses teriam de ser adeptos de futebol e usar cachecol colorido. Um campeão tem de trabalhar muito. Os resultados saem desse trabalho.
E por último a vitória de Salvador Sobral. "A música é para sentir", disse ele e eu repito-o. A música não é maionese para acrescentar a cozinhados manhosos. O eurofestival é um cozinhado manhoso. Salvador e a irmã Luísa quiseram dizer ao mundo dos festivais manhosos que há outras coisas que não são manhosas e que as pessoas podem gostar. O gosto decorativo do "acrescentar ritmo para bater palminhas e dar ao rabo" foi derrotado nesta edição do eurofestival manhoso. Quem gosta daquilo só porque é aquilo pode ser que não perceba isto, mas então não percebe nada. Se tudo ficar na mesma como a lesma, tudo ficará ainda mais medíocre e manhoso. Agora é assim: ou mudam, ou mesmo os entusiastas porque sim mudam de agulha. Há mundo para além da parolice festivaleira.
Claro que Salvador já está noutra. Sempre esteve, aliás.
Boa, Salvador. E bom trabalho. A gente vai encontrar-se por aí.facebook
As duas primeiras alegrias que trago à prelecção são o que são e assim vão continuar a ser. A terceira não é bem assim. O grande valor de Salvador não é o ter conseguido convencer o mundo de quem vê e ouve o eurofestival que a sua canção era a melhor. Ele é muito mais do que isso. "A música é para sentir", disse. E disse tantas outras coisas inteligentes que provavelmente os entusiastas de eurofestivais não perceberam nem um bocadinho o que ali está.
É que, agora a sério, não há milagres. Fátima e os pastorinhos santinhos são uma empresa de sucesso e o sucesso dá muito trabalho. O Benfica não é campeão só porque os jogadores se benzem ao entrarem no relvado. Se assim fosse até os deuses teriam de ser adeptos de futebol e usar cachecol colorido. Um campeão tem de trabalhar muito. Os resultados saem desse trabalho.
E por último a vitória de Salvador Sobral. "A música é para sentir", disse ele e eu repito-o. A música não é maionese para acrescentar a cozinhados manhosos. O eurofestival é um cozinhado manhoso. Salvador e a irmã Luísa quiseram dizer ao mundo dos festivais manhosos que há outras coisas que não são manhosas e que as pessoas podem gostar. O gosto decorativo do "acrescentar ritmo para bater palminhas e dar ao rabo" foi derrotado nesta edição do eurofestival manhoso. Quem gosta daquilo só porque é aquilo pode ser que não perceba isto, mas então não percebe nada. Se tudo ficar na mesma como a lesma, tudo ficará ainda mais medíocre e manhoso. Agora é assim: ou mudam, ou mesmo os entusiastas porque sim mudam de agulha. Há mundo para além da parolice festivaleira.
Claro que Salvador já está noutra. Sempre esteve, aliás.
Boa, Salvador. E bom trabalho. A gente vai encontrar-se por aí.facebook