HOMENAGEM | Em outubro de 2014 alinhei estas palavras para o catálogo da exposição de José Mouga na Galeria da Casa da Cultura. Repito-as aqui em jeito de homenagem e agradecimento ao artista e ao amigo agora desaparecido.
ALEGRES CIPRESTES | Se me pedissem para escolher uma música ou um grupo musical para acompanhar a pintura de José Mouga, inclinava-me para os Penguin Cafe Orchestra. O percurso do pintor não acompanha estilos ou modas. Não se enquadra em escolas ou grupos. Nada contra os alinhamentos. As rotinas são necessárias. Mas não são disciplinas que se inscrevam no seu caderno de capa preta. Adivinha-se nestes trabalhos a preocupação de não estar calado. De contar o que se passou ali mesmo ao lado. De mostrar trilhos percorridos. É por isso que a pintura de Mouga é como a música do grupo de Simon Jeffes. Sem enquadramento que permita uma classificação.
Conheço-lhe o percurso desde os tempos do abstracto. Percebi o caminho para uma tímida figuração. E surpreendo-me com este novo trabalho. Estes ciprestes foram companheiros do artista e seus cúmplices.
Rui Mário Gonçalves tentou perceber o que se passou. Escreveu elogiosa opinião sobre a pintura de José Mouga. Na publicação que será apresentada para esta exposição será incluído um dos seus textos. Aliás, decidimos que esta mostra fosse também uma homenagem ao crítico e historiador de arte que recentemente nos deixou. É o nosso obrigado a quem tão bem entendeu a Arte Portuguesa.
Setúbal recebe o pintor José Mouga, na Casa da Cultura, com estes trabalhos que revelam a nova fase do artista. Chamou-lhes Notas de Viagem.