sábado, 5 de setembro de 2015

SEM PENAS | Quando eu era rapaz, a malta queixava-se da falta de informação com jeito. Havia censura. Os jornalistas, os bons jornalistas, escreviam nas entrelinhas o que queriam que a malta percebesse. Depois veio a possibilidade de termos uma boa comunicação social. Com liberdade, com rigor, com qualidade. Passou a haver o chamado jornalismo de referência. Mais tarde, as redes sociais vieram permitir a total liberdade de expressão a todos. Podemos dar a isso a importância que quisermos. Podemos escolher quem queremos ler, mas o que é certo é que a coisa teve mesmo graça. Quem tem opinião que valha a pena nas redes passou a ser citado na comunicação social de referência e a ser partilhado pelos seus pares. Depois veio o jornalismo de vão-de-escada. Um sucesso. É esse jornalismo que hoje é mais partilhado. É a nova referência no jornalismo. Parece que foram buscar o pior que brota das redes sociais. Nos noticiários televisivos, o disparate instalou-se como se as regras de uma certa informalidade parola fosse livro de estilo. Viram as descrições dos últimos desenvolvimentos do caso Sócrates? Aquilo até dói.
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