domingo, 25 de janeiro de 2015

DA MULTINACIONAL DO FALHANÇO À UNIVERSALIDADE DO SONHO | Há muito que não acredito em milagres. Praticamente desde que deixei de acreditar no pai natal concebido pela coca-cola. Percebo que governar um país não é como governar a nossa casa, ao contrário do que pretendeu em tempos Manuela Ferreira Leite. Como acho que os políticos não são todos iguais — a História prova-nos que existem diferenças substanciais —  acredito que, em certos momentos, surgem movimentos de ruptura que são lufadas de ar fresco.  A História também relata esses episódios. O que está a acontecer na Grécia é uma outra maneira de fazer política. Houve ali um fornecimento excessivamente entusiasmado de esperança? Talvez. Mas isso é campanha. Entretanto chegaram as correções aos planos iniciais. Percebo os ajustes propostos nos últimos tempos. É responsável. O clima de compreensão que se instalou à volta da previsível vitória do Syriza deve-se a isso. No entanto, não me parece que esta fornada tenha sido amassada com a farinha e o fermento de anteriores idas ao forno. Não me parece que os responsáveis pelo movimento tivessem pisado as alcatifas do clube Bilderberg, ou encetassem conversações com a Goldman Sachs, para encontrarem respostas. A tropa fandanga que dirige o mundo está em pânico. Mas estão calados. Foram lançados para a frente uns repórteres cretinos — José Rodrigues dos Santos cumpriu com “coragem” e determinação — e uns especialistas económicos pouco especializados em economias das pessoas, com o estafado discurso ideológico da sarjeta direitista, e com intuitos de propaganda contra a corrente que os assusta.  A mudança assusta. Mas será melhor continuarmos a chafurdar na sarjeta dos donos do mundo? O que for soará. Esperemos que soe outra melodia. Para pior já basta assim.
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