terça-feira, 18 de novembro de 2014





ALTA ANSIEDADE | Passos Coelho ingressou numa empresa para abrir portas. Recebeu para isso avultadas somas. No fim das contas, veio-se a saber que afinal não abriu nem um postigo. Ele próprio já não se lembrava muito bem porque tinha lá trabalhado e esqueceu-se dos montantes auferidos. Miguel Relvas fez trinta por uma linha, licenciou-se sem nada fazer para receber licença e ainda lhe sobrou tempo para ser ministro nas horas vagas. Marques Mendes é sócio de uma empresa a que pertence também alguém implicado nas mais recentes tramoias. Mas o comentador e ex-líder do PSD diz que nunca recebeu de lá um cêntimo e que até pensava que a empresa já não existia. O informadíssimo comentador, que antecipa importantes alterações na vida política do país, não sabe o que se passa na sua própria vida. isto seria hilariante se não fosse obsceno. Mas estes valorosos ajustadores das finanças dos outros não estão sós. O desfile de utilizadores do sistema em actividades de usar e deitar fora é muito frequentado. Usam a política como capacho. O que os faz correr? Para que criam empresas e negociatas a toda a hora? Provavelmente move-os a ânsia de dominarem tudo o que mexe. Não há limites para a ambição. É por isso que Marcelo Rebelo de Sousa, outro mestre do diz-que-disse, compara a realidade com um tabuleiro de xadrez. Comenta a vida destes esforçados jogadores como se tudo se resumisse a tácticas e estratégias. Não querem saber do país, nem da vida das pessoas para nada. Só as tácticas empresariais e políticas contam para este descontrolado campeonato.
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