segunda-feira, 14 de julho de 2014

OS MESTRES DA USURA | Quando a corda esticou, surgiram de imediato os excelsos especialistas em economia e finanças assegurando que os bancos portugueses não estavam na corda-bamba. Juro que até ouvi dizer que eram um exemplo para o mundo financeiro. Agora percebemos o motivo de tanta competência. As contas foram feitas ao jeito de uma realidade guardada nos cofres da usura. As falcatruas transbordaram. Era assim. Era o sistema. Era a vida. Os banqueiros apoiaram e derrubaram governos. Foram os timoneiros de embarcações à deriva, coadjuvados por comentadores de meia-tigela promovidos à pressa a grandes conhecedores das realidades todas. Decretaram o inevitável. Acredito que não estivessem a mentir. Diziam o que achavam que deviam dizer. À toa. Alguns propositadamente instalados nos écrans sem contraditório. Era preciso dizer a toda a gente que estes ajustamentos eram inevitáveis. Agora deu nisto. Ou seja: nada dá com nada. Os que nunca acreditámos nestas tretas não ficámos admirados. Os que confiam porque eles lá saberão o que estão a fazer, provavelmente vão continuar a confiar. É o sistema. É a vida. É uma merda.
[Imagem: O Usurário, pintura de António Dacosta]
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