quarta-feira, 16 de julho de 2014

O PAI-NATAL | Passos Coelho despertou agora para a natalidade. Minto, é mais para a falta dela. E lá veio ele com o tradicional discurso tipo mestre-escola, em redondo, carregado de imagens de infantário. Tudo explicado ao povo como se o povo tivesse todo quatro anos. O que a lamentável criatura não consegue explicar é como vai promover a natalidade aplicando as políticas que aplica. Quem é que vai pôr gente no mundo quando é garantido que o salário mínimo que é apresentado ao fim do mês a uma imensidão de portugueses é o que é e vão com muita sorte. Quem vai fazer bébés quando a redução da assistência social é um facto? Quem vai desejar uma gravidez quando a perspectiva de emprego digno para pais e filhos é inexistente? Bem, há um lado positivo: sempre se fornece mão de obra barata para alimentar a fúria dos mercados. Mas, a sério, muito a sério, quem pode ouvir o pai-natal Passos sem lhe fazer um manguito?
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