segunda-feira, 16 de junho de 2014

TRILHOS CIRCULARES | A Arte é para muitos a libertação de uma espuma que sufoca. A Arte belisca-nos. Somos atraídos por esta vontade de perceber a realidade que observamos. A liberdade garante-nos o acesso a um saber que nos espevita e ajuda a limpar a espuma que nos tolhe o olhar e a mente. Rui Cardoso em tempos idos desenhou, pintou, fez intervenções murais. Depois parou. Fez pela vida de outras maneiras. Agora regressou e mostrou um caminho. O caminho faz-se caminhado, disse o poeta. Há quem circule pelas artes visuais como quem procura a razão de uma existência. A necessidade de dizer o mundo pelas palavras íntimas de um saber adquirido. Nesta nova caminhada a procura estética ganha uma nova linguagem. Luz e cor dispõem-se em círculos e circulam entre tonalidades frias e quentes. Entre contrastes de claros e escuros. Lirismo eivado de um conhecimento que é uma busca permanente. Percebem-se as referências e as suas influências. Este é um caminho que anuncia um regresso. Outros trilhos serão propostos. Ficaremos atentos.
[Fotografia de Rui Cardoso por António Correia]
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