sábado, 19 de abril de 2014

FALAR ONDE FOR PRECISO | A democracia permitiu-nos comunicar. Há quem fale em exageros. Como se a gente falar uns com os outros, sem tolhimentos, seja atropelo. O regime cinzento e triste que durante quarenta e oito anos reprimiu e agrediu gente com vontade de ter voz, já fedia. A paisagem política estava podre. Era bisonho, o panorama cultural. Em democracia as paredes foram voz dos que guardavam paletas de cores para aplicar. Haviam pensamentos e sinais de revolta para ilustrar. As paredes foram as telas de gente que queria dizer por cores e palavras o que andou escondido durante muito tempo. Muito tempo mesmo. Estes murais estão longe das expressões tecnicamente mais competentes que hoje cobrem as paredes das cidades. Muitas de gosto bastante duvidoso. Eram expressões expontâneas que exprimiam vontades colectivas. Sem necessidade de exibições pessoais. Hoje, sábado, Manuel Augusto Araujo vai mostrar imagens que coloriram as paredes portuguesas. E eu vou conversar com ele. Coisas Muito cá de casa na Casa Da Cultura. Vamos estar por lá a partir das dez da noite. É sempre bom trocarmos ideias. Sobre este e muitos outros assuntos. É bom vivermos em liberdade.
facebook