domingo, 23 de fevereiro de 2014

CIRCO NO COLISEU | Primeiro foi a dúvida: o partido é neoliberal ou social-democrata? É de direita ou de esquerda? De vez em quando ficam sem saber o que são. Recordo um frente-a-frente entre Paula Teixeira da Cruz e Alfredo Barroso, na SIC-N, em que a senhora resolveu dar a novidade: o PSD não é de direita. Mais recentemente foi Paulo Rangel a surpreender Francisco Assis, Fernando Rosas e Constança Cunha e Sá: quem disse que o PSD é de direita? Parece que no inicio do circo no coliseu fizeram um referendo interno (adoram referendos, como se sabe), para perceberem se o "povo" do PSD é de esquerda ou de direita. Ficam assim tontinhos quando os governantes fazem as "inevitabilidades" do costume. Mas a história não confirma esta necessidade de parecerem social-democratas. No Parlamento Europeu ficaram sentados nos banquinhos dos PPs, como é óbvio. E as políticas aplicadas são neoliberais dos pés à cabeça. De resto, se a gente for rever as intervenções circenses fica a perceber que aquilo pode ser o que quiser, mas é sobretudo um circo mesmo. O primeiro-ministro ri a bandeiras despregadas com a intervenção aparvalhada de um ex-autarca das Caldas, agora a figurar em Loures. A primeira fila do congresso diverte-se com a intervenção de Santana da Santa Casa, em delírio contra os críticos do partido. Marcelo catavento salta para o estrado em acção de pré-campanha. Tinha almoçado com o soba da Madeira. Que bom para ele. Estava emocionado, disse. Tretas. Mas eis que rufam os tambores - Miguel Relvas regressa em glória. Ouve-se falar no regresso às origens, à social-democracia. A palhaçada está ao rubro. Esta gente não é de esquerda, nem de direita, nem do centro. É às riscas. É o que for preciso. Social-democrata nunca foi. Um partido sem trambelho gerido por operacionais dos grandes interesses. O resto é conversa mole.
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