quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

AS RAÍZES DO ÓDIO | Não tenho por vocação defender personalidades públicas. Não defendo a ideia de que quem se expõe tem de ser virtuoso. Mais: evito comentar coisas que podem lançar escusado alarido. Tento ser razoável, portanto. Tenha lá cada um a noção de razoabilidade que tiver. Com Eusébio estabeleceram-se consensos: humilde, generoso, um patriota indiscutível, e quem disser o contrário fica sem cachecol. Soares foi tambor de festa por dizer uma laracha evitável mas verdadeira. Sócrates, querendo fazer exactamente o contrário: ser defensor exaustivo do futebolista em questão, levou nas orelhas até mais não. Não sou eu que o defendo, mas Domingos Amaral resolveu sair-se com esta. É que aquilo pode ser mesmo verdade. Eu também ia às aulas aos sábados de manhã. O problema de se citar algo de memória, já por si pode trazer desculpável consistência à narrativa, logo estes ataques são todo um programa. Os meus amigos de esquerda que alinham nestas artimanhas odiosas esquecem que a coisa está oleada de forma a sermos todos lixados. Os militantes da direita nas redes sociais começam pelos cromos de luxo, mas a ideia é transmitir a ideia de que só eles falam verdade. E vão avisando que há só uma verdade: a deles. Lá dizia a minha avó Bia: tudo o que é de mais não presta. 
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