segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A CARAPUÇA DA ABUNDÂNCIAParece que Passos Coelho foi reeleito dentro do partido por pouco mais de quinze mil votos. Quinze mil marmelos decidiram que o cromo deve continuar a notável obra. Passos agradeceu aos seus apoiantes premiando-os com um daqueles discursos em círculo que nunca mais acabam. Fixei uma promessa: não voltaremos à abundância a que nos habituaram. O problema é que o homem acredita mesmo naquilo que diz e ninguém o esclarece de algo tão básico como isto: Portugal já era, mesmo nos tempos de abundância, o país com o ordenado mínimo mais baixo de toda a Europa. O ordenado médio também. E os apoios sociais também. Os impostos enormes vêm de longe. A crise interna é crónica. Logo, a abundância a que Passos Coelho e matilha estão habituados não assiste à grande maioria que agora foi chamada para pagar desmandos vários. O homem finge não perceber a realidade para obedecer à cartilha que adoptou. Acredita em excesso nas orientações dos seus patronos internacionais. Qual abundância interna, qual carapuça.
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