O ETERNO RETORNO DO FASCISMO | Em Portugal Salazar ganhou há uns anos um concurso televisivo, sendo porta-voz da candidatura o inenarrável Nogueira Pinto. O inenarrável disse recentemente, em entrevista, que formaria um partido de extrema-direita se a idade o animasse. De facto, nota-se à légua que está velho e gasto, tal como as teorias do seu mentor. Agora, no Chile, uma candidata pinochetista avançou para votos contra a candidata de esquerda Michelle Bachelet. As sondagens não previam grande sucesso para a representante da direita, mas parece que as saudades do ditador criminoso ainda ilustram as mentes de muitas cabecinhas. A antifascista Michelle Bachelet venceu, mas vai ter de aturar uma segunda volta com a fascista neoliberal. É claro que as coisas actualmente não se põem nestes termos. O estilo Pinochet não iria dominar a política chilena de um dia para o outro. Mas temos que estar atentos. Tal como aqui daria muito jeito qualquer coisa parecida com um Nogueira Pinto salazarista para aplicar sem chatices as políticas neoliberais, no Chile, o neoliberalismo de Pinochet ainda tem adeptos, e há quem imagine que seja essa a receita para a aplicação das amplas inevitabilidades. Lá como cá dava jeito um fascismo disfarçado que permitisse o que fosse preciso. Bem, por cá até parece que o disfarce já deixou de servir. Basta ouvir o porta-voz do conservadorismo governamental, o histérico César das Neves. Não encontraram melhor para a divulgação da fé que proferem. É o que se pode arranjar. Parecem loucos. Não são. São perigosos. E estão todos muito bem uns para os outros.
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