quarta-feira, 14 de agosto de 2013

SEMPRE FOI ASSIM | A coisa é explicada como se de uma economia doméstica se tratasse. É como nas nossas casas: se gastamos muito, não chega para pagar tudo, e chegamos ao fim do mês a ganir. O funcionamento do sistema é olvidado, por assim dizer. Os bancos estimularam grados empréstimos com vista a chorudos lucros. O Estado recorre ao senhor contribuinte sempre que a bolsa aperta. Os mercados comportam-se como malfeitores protegidos. A direita finge não entender que um país não é uma casa de pais, filhos e avós. Um país tem muitas famílias lá dentro. E uma família não se gere pelos princípios da economia de uma país: não tem um sugador serviço de finanças, nem contribuições para a segurança social. A proporção não existe. Chega de paralelismos aparvalhados. Para a direita a política serve para corrigir alguns atropelos dos poderosos. Manda quem paga. Obedece quem recebe. E deus protege os audazes, os que investem, os que correm riscos. Para esta gente a gente não conta. Há os ungidos pela graça do senhor, e há os outros, os desprotegidos que nunca se souberam governar. Eles, os protegidos, os escolhidos pelo divino, recorrem aos pagadores de sempre para resolverem as suas crises, mas isto é mesmo assim. Sempre foi assim. Aliás, para a direita a política é um assunto de família. Da família deles.
Tudo está a ser entregue aos muito grandes figurões que dominam o planeta. São esses que depois nos vão servir umas generosas migalhas. Contra este estado de coisas só existe uma solução: correr com a direita. A direita nunca fez avançar o mundo. Muito pelo contrário.
Não, não é tudo igual. Há diferenças substanciais. O discurso do inevitável é evitável. Nunca votei na direita, nunca votarei e espero sempre que os eleitores não façam o favor de premiar com o seu voto gente preocupada apenas com a sua performance.
Eleições são sempre alternativa. Esperança na mudança. É preciso votar na esquerda. Em massa. Sempre. Dizem muitos: ah, mas não sei quê, o Seguro é igual ao Passos. É? Então é porque também é de direita. E se assim for temos bom remédio. Manifestamo-nos contra e votamos em outra alternativa. Muitos de nós já o fazem há muito. O que faz falta agora é mandar Coelho, Portas, figurões e figurinhas que adoram microfones e câmaras de filmar para casa. É que qualquer dia não cabemos cá nós. É isso que eles estão a preparar. Esta crise foi criada para isso mesmo.
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