O que é mais preocupante nesta dança macabra da sinistra direita, é que as cadeiras são sempre ocupadas pelos mesmos. Os donos de Portugal são os mesmos há eras. Zangam-se quando a avidez de poder lhes escorrega pelo queixo. Às vezes fingem não ser de direita, mas passa-lhes depressa. Sempre foi assim. Antes de Abril era muito perigoso derrubar a ditadura. Havia sempre a situação pior: o inesperado. E as eleições sempre foram uma despesa supérflua. O reformado de Belém não se cansa de lamentar esse indesejado recurso. Os opinadores de serviço surgem sempre do nada para justificar as "medidas inevitáveis". É preciso estimular o medo no dia de amanhã. Tudo será pior se não for assim. É vê-los desfilar em defesa do "sistema". Medinas, Catrogas, Cantigas, Ferreiras, e mais o diabo que os carregue, aparecem sem descanso, em ladainhas de defesa dos seus eternos lugares no dito sistema. Borrifam-se nessa coisa incómoda chamada democracia. Eles é que sabem o que nos deve ser servido. Eles, os grandes conhecedores dos números. Os dominadores de toda a matéria económica. São eles que decretam a miséria dos outros. Os infalíveis mentalmente falidos. Os operacionais da inoperacionalidade.
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