sábado, 1 de junho de 2013




MALDADE HUMANA | O Muito cá de casa recebeu Pedro Almeida Vieira, para a apresentação do seu livro Crime e Castigo, o povo não é sereno, seguido de um debate sobre a pena de morte.
O moderador António Ganhão (colaborador literário do PNet Literatura), realçou a importância do romance histórico num país cuja história (sobretudo durante o Estado Novo) foi responsável por gerar toda uma série de mitos. O romance histórico ao contextualizar os factos históricos na sua época e, dentro de uma lógica temporal, não os submetendo à moral dos dias de hoje, transforma-se num grande desfazedor de mitos.
A jurista e escritora Alice Brito falou-nos da violência do estado que deve ser sempre balizada, sendo a Constituição o mais forte instrumento da limitação desse poder. Falou-nos de justiça e de como a pena de morte, sendo irreversível, não é solução para o combate ao crime.
Pedro Almeida Vieira deixou-nos a sua reflexão sobre a maldade humana e como, cedendo nós a um Estado que nos garante mais segurança à custa dos nossos direitos, estamos a caminhar para um retrocesso civilizacional.
Foi uma sessão participada não tendo havido lugar a castigos finais. Para os que faltaram, o maior castigo foi mesmo o de terem perdido o debate.

António Ganhão