segunda-feira, 13 de maio de 2013

TONTICES, MAUS HUMORES E TABLÓIDES | A governação e a sua interpretação estão a atingir o desconcertante. Paulo Portas inventou a fórmula Governo Aberto, preferindo apresentar estados de alma nas televisões em vez de discutir os constrangimentos com os seus colegas de Governo. A intriga e a propagação da ideia da inevitabilidade da austeridade, abundam e fedem. Governantes e ex-governantes desdobram-se em comentários de cartomante. Comentadores são tratados como estrelas do raciocínio. Em tudo isto as pessoas são esquecidas. Camilo Lourenço, na sua vontade de extermínio de gastos, propõe a anulação real de profissões, logo de vidas profissionais. O historiador Rui Ramos, no último Expresso, perde-se em conversa tonta, numa tentativa de anular aquilo a que chama "conversa de tontos". É a grande prestação para o debate do esforçado historiador neoliberal. Carlos Abreu Amorim diz o que diz. Para quê?! Marques Mendes e Marcelo fazem malabarismo. O que ganhamos com isso? Cavaco existe para o que pessoalmente lhe interessa - ele próprio e os seus, o que torna a contradição exercício retórico ali para os lados de Belém. A Comissão europeia, representada por uma estrela exportada por nós, parece não existir. E depois há o humor. O que esta malta se diverte. Relativiza-se tudo. As piadas anti-política chovem. A ligeireza deixou de ser apenas alardeada por comunicadores e cantores de programas da manhã televisiva. Fala-se da crise como se de uma telenovela se tratasse. É o profissionalismo da falta de vergonha. Não se prevêem finais felizes. Por este andar acabaremos por assistir à projecção de um medíocre filme de terror. Estamos em guerra. Precisamos de alguma seriedade. Precisamos de competência. Precisamos de política a sério.
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