PORTUGAL DOS PEQUENITOS | Cavaco não tem confiança nas cidades. Nas urbes habita o pessimismo. Mas há lugares onde as mensagens optimistas nos inundam de esperança. O interior profundo recupera em nós o orgulho produtivo e a vontade de acreditar. É a fé na virgem, com toda a certeza. E confirma-se: depois daquele dia de maio, que comemora a aparição que tanto agradou a uns ingénuos pastorinhos, tudo se alterou: a troika aprovou - com a ajuda divina, é certo -, mas avaliou e andou. Isso é que interessa. O futebol entusiasmou - nem tudo são rosas, mas faz-se o que se pode. E o fado encantou e vingou. Esse entranhado género musical regressou em triunfo e é frequentado de novo pelos mais influentes cérebros da nação. E depois vem aí o verão e o regresso do exuberante e colorido espectáculo taurino. E há concursos fantásticos, onde o curioso público pode ver os seus ídolos em cuecas. É a saudável convivência nacional que tanto agrada às lideranças. O que é nacional é bom. Pobretes mas alegretes, pois.
Claro que há vida para além desta alegria. O verão traz ambientes musicais universais. Leva-nos às excelentes praias lusas. Traz-nos a vontade de conhecer outras paragens. Fornece-nos ócio. Sugere-nos leituras que nos despertam. Mas aguentar esta merda até lá... é fodido. Pobre país este, que prefere a apologia da trampa à curiosidade exigente.
facebook
Claro que há vida para além desta alegria. O verão traz ambientes musicais universais. Leva-nos às excelentes praias lusas. Traz-nos a vontade de conhecer outras paragens. Fornece-nos ócio. Sugere-nos leituras que nos despertam. Mas aguentar esta merda até lá... é fodido. Pobre país este, que prefere a apologia da trampa à curiosidade exigente.