domingo, 28 de abril de 2013

CHOQUE | Mantive com o Zé Baptista uma relação de amizade frequentada em grandes distâncias de tempo. Onde haviam livros, lá estava ele. Era nessas alturas que falávamos: Feira do Livro, Lançamentos, homenagens aos escritores que admirávamos. Saramago vinha sempre à baila. Manuel da Fonseca era presença assídua nas nossas conversas. Mas também os novos escritores eram adicionados ao rol. Ler e falar de livros e autores foram os grandes prazeres na sua vida. Percebo agora que não o vou encontrar mais nessas andanças. Mas tenho a certeza que me vou lembrar dele sempre que por aí andar. Eu gostava muito do Zé Baptista. Vou premindo o teclado, na tentativa de dizer coisas simpáticas sobre ele, mas o choque provocado por esta notícia perturba-me o raciocínio. Não sabia sequer que estava doente. Há momentos em que as palavras nos são estranhas. Obrigado pela tua amizade, camarada.
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