domingo, 16 de dezembro de 2012

SENHOR TONY | Diz que não se preocupa com o que dizem dele. Diz que andam aí "uns ditos intelectuais que acham que só eles é que sabem o que é bom". Diz que uma vez, quando tinha 15 anos, leu um livro. Nunca mais repetiu a graça. Também não vê cinema. Se juntarmos o tipo de música que faz ao rol de banalidades que diz, concluiremos que raramente frequenta o fenómeno. A música para ele é um exercício de exibição pessoal que lhe mete umas massas no bolso. Claro que também é um prazer. Tudo isto está muito certo. Tem um nicho de mercado. E não deveria incomodar quem não afecta os ouvidos com os ruídos que propaga. A conversa não vale um cêntimo furado. A gente via a capa da revista do DN e colocava-a ecologicamente no cestinho do reciclado. Esta entrevista seria completamente irrelevante não fora a arrogância polvilhada de humildade que estes arautos da foleirada profetizam sempre contra "quem acha que sabe o que é bom". Ou seja: nós tão bons e andam uns sabichões a dizer que isto não presta para nada. A chamada de capa também é de uma gentileza tocante: "o Senhor Tony". Estranho. Sempre pensei que um Senhor era outra coisa. E continuo a pensar.
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