Hoje tive um sonho estranho. Manuela Moura Guedes era proprietária da maior estação de televisão em Portugal. Rangel era primeiro-ministro. Medina Carreira Presidente da República e Mário Crespo seu chefe da Casa Civil. Felícia Cabrita tinha acabado de ser nomeada para presidente da ERC. E os debates televisivos eram frequentados por Santana Lopes, Paulo Portas e José António Saraiva. Paulo Mota Pinto era ministro da Justiça. Havia uma extremosa contenção de custos: os ministérios cortaram verbas para tudo o que não tivesse retorno financeiro. Por proposta do Presidente Carreira (sim, o regime tornou-se presidencialista, porque foi percebido que o puto Rangel não pescava nada daquilo), os artistas e intelectuais de actividade inútil foram convidados a encontrar outras actividades mais úteis à sociedade. O general Garcia Leandro estava como responsável máximo das Forças Armadas e tinha acabado de ameaçar ocupar o parlamento caso o assunto "mariquices" fosse abordado. Marcelo Rebelo de Sousa, Miguel Sousa Tavares, José Adelino Maltês e Luís Delgado andavam a queixar-se de uma asfixia qualquer, mas ninguém lhes ligava.
Não liguem. Foi só um pesadelo. Já acordei.