Os tempos que vivemos são preocupantes. As crises profundas e as inabilidades políticas trazem para a ribalta outras atitudes, radicalizadas, que nos sugerem as soluções inquestionáveis. É esta "verdade" que preocupa. A Democracia passa para segundo plano e surgem os imperativos nacionais. A política passa a ser a pior coisa do mundo, como se outra sugestão de exercício de cidadania pudesse passar a funcionar. Para as eleições presidenciais que se avizinham, os candidatos que já estão no terreno apresentam-se como os defensores de qualquer coisa que está contra tudo o que foi feito até aqui. "Reparem, nós chegámos agora, não temos nada a ver com esta imoralidade". Também a imprensa sensacionalista adoptou este registo e finge ser séria. Felizmente em Portugal não têm surgido justiceiros de extrema-direita, daqueles que agradam imenso aos defensores do "se fosse eu que mandasse...", mas ainda não estamos livres de uma aparição dessas. Eu, perante estas ameaças, puxo logo do teclado.
Isto está manhoso.