quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Livrai-nos do mal


A gente pode gostar ou não dos livros de Saramago. Podemos apreciar ou não as "verdades" da Bíblia. Mas sugerir o que este deputado europeu sugere - retirar a cidadania portuguesa ao escritor -, não lembra ao diabo. Não é suposto cabermos cá todos? Saramago teceu uma engenhosa operação de promoção do seu livro. A história que conta, não fosse o alarido que a rodeia, seria uma divertida comédia baseada em episódios do Livro que esta gente nunca leu. Também ouvi um padreca qualquer, com honras de jornal televisivo, defender que a atitude de Saramago não é digna de um Nobel. Será que o senhor prior já passou as iluminadas órbitas por outras nobelizadas páginas? Saramago poderá ter sido excessivo, mas esta gente exagera ao tentar decretar sobre o que devemos pensar. E não podemos pensar de maneira diferente da deles, os arautos da fé.
A Bíblia fundou a nossa civilização. Somos todos católicos. Nem que seja à força. Livrai-nos deste mal, senhor.