Tirando a tirada idiota de um eurodeputado até há uns dias anónimo (e que nesse estado de graça deveria ter permanecido), tudo o que li e ouvi nas reacções às declarações de Saramago resumem-se ao simples exercício da liberdade de expressão. E começo a ficar um pouco cansado de ver gente a dar caneladas e depois a atirar-se para o chão num pranto. Quando alguém critica um jornal ou uma televisão, aqui D’el-rei que querem “matar o mensageiro” (como eu odeio esta expressão que transforma os jornalistas em meros veículos neutros e assépticos), como está a acontecer com a irritação da administração Obama com a Fox News. Quando alguém se indigna com uns cartoons, temos todos de defender o que não gostamos para não sermos vistos como censores. Quando alguém faz afirmações polémicas sobre a Bíblia qualquer reacção tem de ser vinte vezes mais cuidadosa do que a provocação inicial, não vá o provocado ser chamado de talibã. Continuar a ler
Daniel Oliveira Arrastão