quinta-feira, 30 de julho de 2009

Uma casa chamada Jazz


Não sei o que começou primeiro: a paixão pelo Jazz é antiga, mas o desenho é um enamoramento. Carlos Miguel Dias é arquitecto. Lida com a exigência da forma no seu contacto com o ser humano. O Jazz afasta-o dessa preocupação profissional. O desenho e a pintura aliam-se a tudo isto como se ligam os amigos de sempre. As ilustrações que agora traz ao nosso convívio, são testemunhas dessa ménage à trois. Há um indisfarçável prazer físico neste contacto. É com o corpo que tudo acontece. É com o corpo que os arautos desta música a transformam em prazer intenso. É com o corpo todo que se desenha, quando se desenha bem. É com o corpo que se convive, quando se é sincero. Esta mostra é uma festa de amigos. Há uns que estão estoicamente pendurados na parede. Já não são deste mundo, nem de nenhum outro. São eternos. Os outros somos nós: os que aqui se reúnem à volta destes sons com cara de gente, desta música que é tão clássica como a outra, mas que é tão livre que deixa a liberdade à nora. O Carlos convocou para a festa os músicos que passam a vida lá em casa. Nós agradecemos a cortesia do convite e respondemos à chamada com a alegria que só a música permite.

UMA CASA CHAMADA JAZZ

Carlos Miguel Dias | Desenhos
Trem Azul - Inaugura amanhã, a partir das 18,30 horas.