quarta-feira, 22 de julho de 2009
Elegia para uma história de amor
Não sei se Philip Roth ficou virado do avesso quando viu este filme. Mas é possivel. Não estão em causa os desempenhos. Quando estão inscritos no elenco actores como Ben Kingley, Penélope Cruz e Dennis Hopper, espera-se o melhor. A esse nível não se dá nenhum desgosto. O pior é a interpretação da história. Um livro admirável resulta em filme razoável. É normal, dirão. Não é. Com actores deste gabarito espera-se o melhor. É triste que o melhor não aconteça.
Talvez esteja a exagerar. Tenho pelo livro o afecto que se tem pelas grandes obras. Não será o melhor de Roth, mas caiu-me no goto. O filme não. A história contada por Roth consegue ser mais sensual do que a projecção que agora vi. Não bastam as mamas de Penélope para que a sensualidade aconteça. Apesar de ajudarem muito. Falta ali o fascínio da literatura. A lição que as grandes histórias nos transmitem. Mas, pronto, é de ver. Sempre é uma história de Philip Roth. E de Kingsley. E de Penélope Cruz. E de Dennis Hopper. E de Patricia Clarkson. Uma grande história é sempre uma grande história. Mesmo que um filme a não conte assim tão bem.
Elegia baseia-se no livro O Animal Moribundo, de Philip Roth.