quinta-feira, 11 de junho de 2009

Homenagens de algibeira


Ontem foi dia de homenagens pessoais a quem o país muito deve. Tudo bem: o país acha, e os achados ficam satisfeitos. As escolhas nem sempre correspondem a grandes e prolongados feitos. Ainda me lembro de Jorge Sampaio ter atribuído alta condecoração a um condutor de automóveis só porque o rapaz foi seleccionado para experimentar os pedais na fórmula 1. E agora aparece Joana Vasconcelos, aos trinta e poucos anos, com um reconhecimento por uma carreira brilhante. Não o ponho em causa. Mas o que fazer com Joana daqui a trinta anos? Põe-se num altar? Já as medalhas para Paulo de Carvalho ou Moita Flores não entendo mesmo.
Por outro lado houve o caso Salgueiro Maia. Quando o agora Presidente era primeiro-ministro, preferiu premiar, com generosas pensões, dois ex-agentes da PIDE em vez do revoltoso militar do 25 de Abril. Um dos pides contemplados foi um dos atiradores que, no dia da revolta, atirou contra a população, resultando do acto heróico uma morte.
Na altura houve grande burburinho à volta do assunto. Mas deu em nada. A arrogância de Cavaco estava em alta. Agora fez para ali qualquer coisa para juntar água à fervura. A razão puxava o sentimento: Sagueiro Maia era de Santarém, terra das comemorações.
É por estas e por outras que raramente vou a qualquer lado com Cavaco.
O veto ao ajuste da lei de financiamento dos partidos foi uma excepção.
Imagem: Medalhado do tempo dos heróis soviéticos. O que esta gente faz por uma lata ao peito...