terça-feira, 19 de maio de 2009
Multiculturalismo partilhado
Paulo Rangel arranjou uma solução para o problema do Bairro da Bela Vista: espalhar os seus habitantes pelos outros bairros da cidade. É assim uma espécie de distribuir o mal pelas aldeias. As inanidades que esta gente profere, ou por outra, prefere em tempo de campanha eleitoral, transformam-se num instante em manual de irresponsabilidade.
Outra opinião, expressa no Público por Campos e Cunha, o outrora ministro das Finanças, acusa a torto e a direito todos os poderes por não terem pensado no perigo social que representava a construção daquele aglomerado urbanístico.
A estes justos pensadores ainda não ocorreu que aquela construção pretendeu dar casas às pessoas. Casas mesmo, ouviram? Sabem o que é uma barraca sem as condições mínimas? Eu não, mas calculo. E respeito a decisão de quem tentou resolver o busílis. Para além de a arquitectura não ser nada de deitar fora e prever a partilha e o convívio entre habitantes. Não sei se perceberam isso. Social e político é tudo, como é evidente. Ali, a especificidade é a marginalidade.
Provavelmente a solução não foi a melhor. Agora temos outros dados e outras percepções do problema. Mas criticar, passadas décadas, disparando em todas as direcções, é tão sério como comprar bilhete para ir ver um porco andar de bicicleta.
Já percebemos que Paulo Rangel faz um grande esforço para arrecadar votos. E também sabemos que não é nada parvo. Mas às vezes parece.