sábado, 11 de abril de 2009

Deambulatório

Opiniões escolhidas entre as publicadas nas redondezas.
Sexta-feira santa - Uma das recordações mais fortes que tenho dos tempos do Conta-me Como Foi é a da RTP1 a preto-e-branco e a RTP2 a chuva-e-nevoeiro, que é como quem diz, o meu pai em cima do telhado a girar a antena, e a minha mãe cá em baixo à varanda a gritar azimutes. Era uma guerra perdida.Havia grandes barrigadas de Fórmula 1 e de rugby, e filmes com o Fred Astaire e a Ginger Rogers ao domingo à tarde. Tarde de Cinema, de seu nome. E na Páscoa horas infindáveis de Via-sacra, com o Papa à nora no Coliseu de Roma. Era muito emocionante e cheio de acção. Ficou cá marcado. Ainda há bocado quando liguei a televisão fiquei um bocado à espera das imagens e da seca, até cair na realidade 35 anos depois e 50 canais a mais. E só por isto já valeu a pena ter havido 25 de Abril. Praise The Lord!
José Simões DER TERRORIST

O Eduardo Pitta - DA LITERATURA - deu-se ao trabalho de transportar para o seu espaço o essencial do artigo de Miguel Sousa Tavares no Expresso. Fez bem. Pode ler aqui.

E, já agora, Vital Moreira, no CAUSA NOSSA, sobre as indumentárias:

Um pouco mais de jornalismo, sff - Ainda sem perder a capacidade de me surpreender com as prioridades dos media, verifiquei o destaque noticioso dado ontem às normas de indumentária e de conduta estabelecidos num serviço do Estado de contacto com o público, como se não fosse evidente a sua justificação e razoabilidade.
Às tantas ouvi uma criatura protestar contra a violação dos "direitos de personalidade" dos funcionários, ficando a reflectir sobre se entre eles se inclui o direito de cada um a vestir-se em serviço como quiser, incluindo por exemplo usar alpergatas, calções ou blusas abertas até ao cinto. E já imagino os militares, os polícias, os sacerdotes católicos, os empregados de inúmeras empresas e estabelecimentos que exigem uniforme, os alunos dos colégios privados, etc. a protestarem contra a violação dos seus "direitos de personalidade" quanto à liberdade de indumentária.
Quando o sentido do ridículo falha, a sensatez entra em licença sabática.