quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Receituário


não significar

nos desenhos de Luis Silveirinha a natureza dissolve os seus elementos, a geometria nega os seus princípios, a realidade duplica-se sobre eixos indiferenciados, a imagem perde equilíbrio e nitidez.

nos desenhos de Luis Silveirinha devemos entender "não significar" como algo diferente de insignificante. devemos usar "não significar" como sinómino de um significado que se recusa; no sentido em que a uma coisa tomada por evidente toda a evidência é negada.

há um princípio dominante: a água. a água impregna as matérias de representação, arrasta-as para além dos limites do realismo na representação figurativa. a água conduz a imagem aos limites do que "não significa". e perguntamos: do que ainda não significa? ou do que já não significa? como se o informe pudesse estar para aquém ou para além de alguma fronteira e não fosse um interior sem exterior.
joão pinharanda

O rasto invisível da pausa
LUÍS SILVEIRINHA
Curadoria de João Pinharanda

Alecrim 50 - Arte Moderna e Contemporânea | Rua do Alecrim, 48/50, Lisboa

Inaugura hoje, às 19 horas
Até 21 de Março de 2009

2ª a 6ª: das 11h às 19h
Sábado: das 11h às 13h30 e das 16h às 19h