quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Não há morte nem princípio*


Parece que Jade Goody é a sensação do momento na imprensa britânica. Obteve uma condecoração de dificil alcance, ganhou um concurso ou salvou alguém da morte? Não, limitou-se a negociar o seu próprio fim como forma de garantir algum conforto aos filhos. Esta mulher de 27 anos amassou e comeu o pão do diabo. Para tentar a fama alistou-se no Big Brother, o programa televisivo. Uma vida privada das mais elementares regras de convivência levou-a a que exibisse a intimidade, no concurso inglês, e que proferisse insultos racistas, em outra prestação do concurso, na Índia. Nada tinha e não sabia como lidar com o que lhe foi chegando às mãos. Um cancro fatal traiu-a. Não lhe resta mais nada. Só a inevitável morte. Vai vendê-la.
Os poderosos dos meios de comunicação fizeram o negócio. Eles sabem que há um público que adora espreitar as desgraças dos outros.
É triste. É lixado.
* Este título já foi impresso na capa de um livro de Mário Dionísio. Achei que ficava aqui bem. Não?!