sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Sons com história
Há sons que nos entram por um ouvido e saem pelo outro. Há outros que nos exercitam bondades de circunstância: os que nos envolvem em demenciais afectos depois de uns valentes copos. Há ainda os que nos afastam. E há sons assim: entram e não saem por muito que o Tempo, o tal escultor, os tente diluir na poeira dos ruídos. É o caso deste que agora aqui trago. Jim Hall é um grande músico. Quando gravou este "lp" tinha eu abandonado os calções há pouco. Foi um dos discos que me sentaram a ouvir Jazz na primeira fila. Hoje percebo que foi um bom começo. A capa e a literatura inclusa deslumbram pela competência e aprumo estético. As edições em vinil tinham a vantagem da dimensão. A versão agora disponível em cd reduz esse prazer, é claro. Mas a música propriamente dita está lá. A gravação é ao vivo. O ambiente é perfeito.
Há coisas que são mesmo assim: às vezes sinto uma irresistível vontade de convocar este Jim Hall para as minhas audições privadas.
É um privilégio.