domingo, 5 de outubro de 2008

Voz dos pacientes

Aos domingos, as opiniões dos pacientes que vão chegando via e-mail

Paul Newman - A morte de Paul Newman, sendo inesperada, encheu-me de tristeza. Foi protagonista de muitos dos meus melhores momentos, para lá de ser um excepcional ser humano. A tristeza vai-me passar por pensar que teve uma vida cheia. Nem todos nos podemos gabar de tanto.
Carlos Corado Dias

Depressão - Caro JTD: os portugueses são depressivos e deprimentes. Não concordo com a ligação que faz ao Fado, como se o Fado fosse essa tristeza. Há fados que não concordam com nada disso que diz. Não sou de modas. Não me alegram a Mariza nem o Camané. Mas o Fado, o autêntico, quando acompanhado por uma malta que vibra e regado com bom tinto e caldo verde, é qualquer coisa...
João (pseudónimo) - endereço electrónico identificado
Cirurgião de serviço — Bom proveito, João. Deixe uma tigela de caldo verde que eu apareço. Obrigado. JTD

Triste FadoSou "paciente" do blogOperatório desde 2006. Mais precisamente desde o dia em que fiz 38 anos. Admiro a lucidez dos comentários mas não estou de acordo com o que diz sobre o Fado no texto sobre a depressão dos portugueses. O Fado não é depressão. Amália cantava-o com alegria e acho que os novos fadistas também não vão em lamúrias. Gosto de Fado, apesar de não achar ser mais português por isso. Os cultos, as sociedades secretas, os carismas e todas essas parvoíces provocam-me arrepios. Cumprimentos.
João Carlos Vilas Claras
Cirurgião de serviço — Se o Fado o alegra, faça favor. A mim não me aquece, só arrefece. Alegram-me outros sons. Mas, repare, a música nem sempre tem de ser para animar a malta. Também há lugar para a contemplação. E tem razão quanto a Amália. O problema é que não encontro no Fado nada que justifique um culto - quem gosta quase que nos impõe essa inscrição -, nem contemplação, nem reflexão, nem beleza musical. Ao menos que fique a tristeza. Sempre é alguma coisa... Obrigado e cumprimentos. JTD

Casas e casinhasConsidero uma tristeza esta coisa da distribuição só para alguns das casas da Câmara. Mas ao menos agora há imprensa livre que denuncia e refere. Esta prática sempre existiu e há situações que são razoáveis (a maior parte). Agora podemos ficar chocados à vontade. No tempo da outra senhora quem apontava as irregularidades - as casas eram apenas distribuídas a sabujos do regime - arriscava-se a ir viver não para uma casa da Câmara mas sim para ao Aljube, Caxias ou outra qualquer estalagem de férias.
Joana Casas Brancas
Cirurgião de serviço — Sim, concordo que não hajam casos tão graves como nos tempos de arbítrio. Mas não é com os maus exemplos que a gente se tem de calar. Num regime democrático, num Estado de direito, todos devemos ter as mesmas oportunidades. Até concordo com algumas atribuições a alguns artistas. Mas aí é porque são os artistas que eu acho deverem ser contemplados. É sempre relativo. As regras devem prever situações delicadas e evitar o proteccionismo. JTD