A gente regressa de férias, liga a televisão e repara que o país está a ferro e fogo. Tudo começou com o assalto ao BES de Campolide. Transmissão em directo. Dois rapazes resolveram brincar aos assaltos e, pensando que aquilo era como limpar o rabo a meninos, fazem reféns e exigências exibindo armas de fogo. A polícia fez-lhes o favor de levar a coisa a sério e actuou em conformidade: antes que os rapazes cumprissem a promessa de eliminar os funcionários do Banco que não escolheram ser figurantes naquele filme, resolveram retirá-los de cena, entrando no jogo, ou seja, disparando armas a sério. Os rapazes viram assim a brincadeira estragada. Depois tornou-se moda. Há assaltos de todo o tipo e para todos os gostos. Comentários em directo, por quem viu e por quem não viu, são transmitidos logo a abrir os noticiários. Até Cavaco veio fazer-nos queixa antes de falar com o Governo. É preciso tomar medidas, disse. E então? Será que o homem estava a pedir o número de telefone do Ministro da Administração Interna?
O país está a ferro e fogo. A violência está na moda. São precisas soluções. De queixinhas e novelas televisivas já estamos fartos.