terça-feira, 30 de setembro de 2008
Acabadinho de fazer
Os livros, assim como tudo o que escreve Miguel Esteves Cardoso, provocam-me um misto de curiosidade e de alegria. A curiosidade vale o que vale: esbate-se nos primeiros parágrafos. A alegria é a confirmação do prazer que os textos do MEC me proporcionam.
Começou por revelar sons e atmosferas musicais até então desconhecidos em Portugal. Depois revelou a verdadeira face dos portugueses. A Causa das Coisas e As Minhas Aventuras na República Portuguesa, são retratos verdadeiros de um país e de um povo que Miguel interpreta transformando os desmazelos e agruras em pedaços de requintada prosa.
Agora está aí este Em Portugal não se Come Mal. No fim do prefácio está escarrapachada esta frase a que eu chamo máxima: As alegrias, para serem grandes, não precisam de não ser pequeninas: bastam-nos que sejam nossas.
É esta apologia da autenticidade que faz de Miguel Esteves Cardoso um grande prosador, sem precisar de ser chato ou integrado em correntes literárias, por muito pequeninas que sejam.
Para mim, este livro é mais uma confirmação. E o prazer que me dá lê-lo...
Título:Em Portugal não se Come Mal
Autor: Miguel estreves Cardoso
435 páginas
Capa: As capas da Assírio & Alvim não são, quase na generalidade, assinadas. Muitas têm pinturas de Ilda David. Mas todas são tratadas pelo próprio editor, o escultor Manuel Rosa.
Esta capa é muito bonita. Retrata a mulher de MEC, a Maria João, abraçando viçosas couves, com uma vistosa biblioteca clássica em fundo.
Este retrato é também um sinal de amor e gratidão. Tudo muito bonito. portanto.