domingo, 10 de fevereiro de 2008

Prémio e castigo

Manuel Alegre continua a pôr-se em bicos de pés, insistindo em existir politicamente. Como poeta até parece que recebeu um prémio da Casa de Mateus. De facto, poeticamente poderá considerar-se uma espécie de Mateus rosé - uma escrita desenxabida, sem corpo nem cheiro, que convoca vagos heroísmos.
António Guerreiro, em comentário à distinção, no Expresso de ontem, não pode ser mais claro: "Manuel Alegre vai ao arquivo dos significados 'poéticos' cristalizados e constrói com eles um edifício de metáforas e símbolos vazios, bem mortos. Esta poeta-metaforização que se quer fazer passar por poesia - mas não passa de mera imitação de poesia - é um logro tão grande como a grandiloquência do vate presumido".
E mais à frente: "Mas, com meios que não vão além de simbolismos de pacotilha e euforismos de salão, bem pode Manuel Alegre invocar o mar, convocar tempestades, e evocar ondas que nem a mais leve brisa por aqui passa".
Nem mais.