Há qualquer coisa de imoral na atitude de António Nunes. Não havia necessidade de mais aquele cigarrinho. Há outras maneiras de comemorar o novo ano. Podia dançar, por exemplo. É certo que há gestos automáticos. Acredito que uma boa cigarrada, depois de um bom jantar, eleva o serão a um prazer indizivel. Aquele cigarro, fumado por quem vai dirigir um exército de vigilantes da infracção (em local de grande visibilidade pública, onde era suposto haver registo fotográfico), não foi fumo que se cheire.
Mas também reconheço que é demasiado fumo para tão pouco fogo.