sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

O que não mata engorda

Os donos de certas casas de pasto receberam mal a criação da ASAE. Esta entidade censora da porcaria que estavam habituados a fornecer-nos deu-lhes a volta à cabeça. Agora, a tenebrosa entidade, já comparada à não menos tenebrosa PIDE dos tempos da ditadura, resolveu pôr os pontos em alguns is. O resultado trouxe paz aos utentes que assim viram algumas vantagens na coisa.
Tenho amigos entre os apavorados com a acção da nova polícia e também os tenho entre os que a aplaudem. Um desses meus amigos é responsável por uma empresa de distribuição de gás. Dizia-me que a ASAE os obrigava a ter, no lugar de arrumação das botijas, um espaço limitado a um número máximo de unidades. E que a inclusão de mais uma que seja os sujeita a penalização. Assim de repente parece zelo excessivo. Mas se pensarmos que onde cabe a botija de gás de um português cabem logo duas ou três, duvidamos do excesso da medida.
No dia em que me demonstrarem que a ASAE não me deixa tomar café em chávenas de loiça, beber vinho em copos de vidro, comer pastéis de massa tenra ou de bacalhau, e me obrigar a suportar o plástico em todas as ocasiões de prazenteiro repasto, nesse dia tragam-me a mais violenta das petições contra. Assino de imediato. Até lá não contem comigo.
A velha dica popular garantia-nos que “o que não mata engorda”.
Essa certeza não faz parte dos meus códigos.