terça-feira, 18 de setembro de 2007

Estado de desgraça


Sarkosi começou por pacificar. Convocou adversários e com eles polvilhou de diversidade o poder. De vez em quando regressa às informalidades sociais. Pratica o ócio e exibe um descontraído exercício das funções governativas. Recentemente tratou de chamar os melhores arquitectos para que lhe forneçam obra visível. O fantasma de Mitterand perturba-o. Mas vai gozando de um certo estado de graça.
Aqui há dias resolveu moer o juízo ao responsável pelo Banco Central Europeu. Trichet, que não nasceu ontem, respondeu-lhe à letra, revelando as outrora concordâncias do presidente francês com as políticas financeiras agora pouco apreciadas. Para apurar os filhos dos imigrantes arranjou uma solução que deve ter provocado grande entusiasmo em Le Pen: um teste de ADN e logo se vê se entras na roda.
Só faltava agora vir o ministro das causas exteriores desenvolver uma teoria sobre um presumível ataque ao Irão, O mundo torna-se assim um sítio ainda mais perigoso. Eles não estão doidos, nem se fazem. Muito pelo contrário: Sabem do que falam e de cátedra. Tal como na história do escorpião, esta é a sua natureza.