Num jornal publicado em Setúbal que me veio parar às mãos, um cronista pronuncia-se, em nome de "todos" os habitantes da cidade, sobre o orgulho sadino por as comemorações do 10 de Junho terem decorrido lá no terreno. Refere ainda que protestar por mor dos custos da festança é provinciano. Estou à vontade. Apesar de se perceber à légua que aquilo era para gastar à vara larga, foi argumento que não utilizei nos meus reparos. É óbvio que estas coisas custam dinheiro. Contra isso batatinhas.
O tal cronista não percebeu que provinciano é aquele orgulho na festiva parolice. Provavelmente nunca o perceberá. Há quem viva permanentemente em bicos de pés para que os "grandes" os vejam.
Esta gente adora que façam as festas à sua porta, apesar de não saberem como se faz coisa nenhuma.
São os lustrosos cromos da caderneta provinciana.
Vivem para dar "vivas".
Adoram ver-se atrás dos presidentes, nos écrans.
São jornalistas, empresários, "escritores", "artistas".
São os parolos encartados.
Já agora: A retransmissão televisiva da cerimónia passou no domingo.
O protesto da Presidência da República foi completamente disparatado. A oportunidade de estarem calados foi clara.
Ridículo.