sábado, 19 de maio de 2007

Naquela roça grande...


Já que estou com a mão na massa, e embalado por uma notícia no Expresso de hoje, volto ao assunto do post de ontem. O assunto é, falando claro, a corrupção e a prepotência do poder em Angola. Não se percebe se o povo angolano acha ou não José Eduardo dos Santos corrupto ou um bom presidente. Ele não permite avaliações. Não há eleições lá na terra há tanto tempo que já ninguém se lembra como isso é. Mas já se percebeu que o homem gosta de se instalar bem. O luxo em que vive é conhecido. Esse bem-estar é agora reforçado com a aquisição de um bem equipado aeroplano. Faz falta. A senhora dos Santos vai às compras, ao Brasil por exemplo, em aviões alugados. Faz, portanto, sentido o investimento. Mas atenção, não se trata de coisa vulgar. O dirigente angolano gosta de altos voos, mas em altas condições. Nada vai faltar no pretendido aparelho voador. O luxo é asiático: Cadeiras são rebatíveis e insufláveis feitas de titânio, trabalhadas à mão e protegidas com material anti-fogo, cada uma delas no valor de 103 mil euros, poderão integrar o interior do Boeing 767-400 (ou 767-200 em alternativa), que o presidente Eduardo dos Santos quer adquirir para uso exclusivo nas viagens oficiais e particulares. Custo da encomenda: 101,6 milhões de euros. Diz o Expresso.
Está certo. O poderoso dirigente angolano não ia sentar o presidencial cú em qualquer trivial cadeira.
Mas o requinte estende-se a outras amabilidades da técnica. Há jacuzzi e karaoke incluídos. A aparelhagem sonora dá muito jeito nas viagens longas. Para passar o tempo poderá trautear canções do seu camarada de partido Ruy Mingas. Daquelas que denunciavam a repressão colonial e a miséria do povo. Ou então pode levar o cantor-atleta-ministro com ele nas viagens. As cantorias ao vivo têm mais emoção.