quarta-feira, 18 de abril de 2007

Low profile


A campanha do Governo que apela à frequência escolar como forma de alcançar o sucesso profissional é, no mínimo, infeliz. Já foram dados exemplos de pessoas que, não completando licenciaturas, desempenham com brilho profissões notáveis.
O contrário também é verdade: anda aí menino licenciado e até doutorado, entronado em lugar de grande decisão, que era melhor que voltasse para a escola. Apologia do abandono escolar? Longe disso. Mas a dignidade profissional é transversal a todas as actividades. Os licenciados que, com aprumo e brilho, exercem actividades como livreiros, bibliotecários, assistentes e produtores musicais, não devem achar grande graça à prestação publicitária de Judite de Sousa e Pedro Abrunhosa.
O que somos é fruto das nossas energias: umas criadas por nós, outras resultado de vivências às vezes inesperadas. Claro que estudar é um excelente exercício no sentido de gastarmos energias com o que gostamos de fazer. Mas nem sempre faz falta a iluminação da ribalta para encontrarmos a felicidade no ofício.