Há políticos que passam muitas vezes por exibições excessivas de linguagem. As eleições na Madeira e o Museu Salazar constituem apetecido pasto para esta vulgaridade. Alberto João Jardim é um campeão. Os dislates e as ofensas a pessoas e organizações democráticas já não são surpresa. Já a reacção de Manuel Monteiro a um excesso de Jardim tem a sua graça. Monteiro contratou um actor para animar a campanha. O actor era o número dois da juventude do PSD. Os outros jotas não gostaram da graça e despromoveram o militante actor. Manuel Monteiro diz, a respeito disto, que Jardim é o descendente directo de Estaline, e que faz aquilo porque tem medo. Medo de quê? Do partido da Nova Democracia? Quanto a Estaline, se vamos falar em descendentes directos e indirectos, não saímos daqui hoje.
Por outro lado, Jerónimo de Sousa anda preocupado com as romagens salazarentas. Disse-o num encontro com camaradas. Alguém diz ao homem que os saudosistas eram menos do que os polícias?
Estes excessos raramente acertam no alvo. Salazar era a cara de um regime criminoso, de facto. Mas onde é que rumar a uma tumba é contra a Constituição? A liberdade tem de contar com alguns atropelos. O regime era criminoso. O crime não compensa. Estes excessos também não.