Não entendo a preocupação, entre os fazedores de opinião (apesar de Vasco Pulido Valente o fazer com muita graça), com o recorrente aparecimento dos protagonistas da política. Nem consigo imaginar outro cenário. Quando um líder político é apeado não perde as convicções. E, tendo essa oportunidade, deve insistir em manifestá-las. Deixem lá andar Portas, Santana e Menezes nas suas vidinhas. Quantas vezes ouvimos dizer que o que é verdade hoje poderá não o ser amanhã?
Chirac, em França, já fazia parte do anedotário com a sua insistência na candidatura à presidência, até que o conseguiu e acabou por aquecer o lugar. Ortega, na Nicarágua, volta e meia regressa ao palanque.
E Churchil? Chegou, andou por lá, foi-se embora, mudou de partido, voltou, fez o que lhe apeteceu. Muitos mais exemplos poderiam vir à colação.
Em Portugal, começamos a viver intensamente a política-espectáculo. Aos homens da política exige-se que sejam modelos. Não de virtudes, mas de passerelle: usam-se para o desfile, para em seguida se porem a andar. Claro que os modelos de maturidade acima referidos não são grandes exemplos. Mas é o que se pode arranjar. E, para o que a gente os quer, servem.